5 de dez. de 2012

[Cinema] O FIlho de Rambow



Lá em 2008, zapeando por alguns blogs que eu costumava visitar na época encontrei um post que falava sobre “Os melhores 19 filmes que você não viu em 2007”. Fiquei curioso com o despautério e a pretensão dele de me mostrar 19 filmes que eu não tivesse visto. Depois de olhar os filmes, enfiei o rabo entre as pernas, metaforicamente, e admiti que realmente não tinha visto nenhum. Procurei encontrar todos, assisti mais ou menos a metade e a partir dali todo começo de ano fico esperando ansiosamente quais os 19 filmes que eu não vi no ano anterior.

É por causa dessa lista que assisti alguns dos meus filmes preferidos. Dentre eles estão: Across the Universe (Across the Universe, 2007); Morte no Funeral (Death at Funeral, 2007); Fido – O Mascote (Fido, 2007); Nick e Norah – Uma Noite de Amor e Música (Nick and Norah's Infinite Playlist, 2008); Lunar (Moon, 2009); O Primeiro Amor (Flipped, 2010); Um Novo Despertar (The Beaver, 2011) e muitos outros que eu poderia listar aqui. Mas um dos meus preferidos é O Filho de Rambow (Son of Rambow, 2008).

Imagine fazer parte de uma família cujo culto religioso proíbi terminantemente que você veja filmes ou televisão. Bem, isso é o que acontece com o pequeno Will Proudfoot, que nem os vídeos educativos apresentados na escola ele pode ver, tendo que ficar esperando no corredor até o filme acabar. É numa dessas esperas que ele conhece Lee Carter, o garoto mais encrenqueiro da escola, que óbvio tinha sido expulso de sala. 


O filme se passa nos anos 80 e Will acaba indo parar na casa de Lee Carter e assistindo, meio que sem querer, uma versão pirata de "Rambo – Programado para Matar" que Lee Carter tinha gravado no cinema para o irmão que ele idolatra e faz tudo pra agradar. 

Qualquer criança após ver um filme estilo Rambo sai por aí querendo se meter em aventuras e enfrentar todos os bandidos que existem no mundo. Basta uma fita na cabeça e o menino se torna o próprio Rambo. Com Will não foi diferente e ele, imaginativo e criativo do jeito que é, se imagina vivendo várias aventuras na pele do seu heroi. Lee Carter, cujo hobby é fazer filmes caseiros para participar de um concurso da BBC encontra em Will a veia criativa que estava faltando para que ele possa ganhar o concurso e o convence a ser o roteirista e ator principal do seu mais novo filme, "O Filho de Rambow".


A gravação do filme pelos dois funciona como pano de fundo para mostrar o nascimento e o desenvolvimento de uma grande amizade que não fosse o filme, provavelmente, nunca ocorreria. Durante o filme vemos a transformação das personagens. O tímido e introspectivo Will, graças à nova amizade, às filmagens e ao status na escola que veio junto com ela, vai aos poucos vencendo a timidez, enquanto que o valentão Lee Carter, aos poucos vai se “civilizando”, tornando-se mais sociável e cooperativo. Mas, o fato mais importante da amizade entre eles é mostrar-lhes que têm com quem contar, já que as famílias desestruturadas de ambos não servem muito nesse quesito.


O Filho de Rambow é um filme excelente que retrata muito bem uma época que pra muitos é a década perdida, mas que para os jovens adultos de hoje foi uma época cheia de aventuras e descobrimentos, chamada infânica. E é isso que faz o filme ser marcante, pois, mesmo se passando em outro país, outra cultura, não tem como quem assisti não se lembrar de momentos parecidos da própria infância.

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