Lá em 2008, zapeando por alguns blogs que eu costumava
visitar na época encontrei um post que falava sobre “Os melhores 19 filmes que
você não viu em 2007”. Fiquei curioso com o despautério e a pretensão dele de
me mostrar 19 filmes que eu não tivesse visto. Depois de olhar os filmes,
enfiei o rabo entre as pernas, metaforicamente, e admiti que realmente não tinha
visto nenhum. Procurei encontrar todos, assisti mais ou menos a metade e a
partir dali todo começo de ano fico esperando ansiosamente quais os 19 filmes
que eu não vi no ano anterior.
É por causa dessa lista que assisti alguns dos meus filmes
preferidos. Dentre eles estão: Across the Universe (Across the Universe,
2007); Morte no Funeral (Death at Funeral, 2007); Fido – O Mascote (Fido,
2007); Nick e Norah – Uma Noite de Amor e Música (Nick
and Norah's Infinite Playlist, 2008); Lunar (Moon, 2009); O Primeiro Amor
(Flipped, 2010); Um Novo Despertar (The Beaver, 2011) e muitos outros que eu
poderia listar aqui. Mas um dos meus preferidos é O Filho de Rambow (Son of
Rambow, 2008).
Imagine fazer parte de uma família cujo culto religioso proíbi
terminantemente que você veja filmes ou televisão. Bem, isso é o que acontece
com o pequeno Will Proudfoot, que nem os vídeos educativos apresentados na
escola ele pode ver, tendo que ficar esperando no corredor até o filme acabar. É
numa dessas esperas que ele conhece Lee Carter, o garoto mais encrenqueiro da
escola, que óbvio tinha sido expulso de sala.
O filme se passa nos anos 80 e Will acaba indo parar na casa
de Lee Carter e assistindo, meio que sem querer, uma versão pirata de "Rambo –
Programado para Matar" que Lee Carter tinha gravado no cinema para o irmão que
ele idolatra e faz tudo pra agradar.
Qualquer criança após ver um filme estilo Rambo sai por aí
querendo se meter em aventuras e enfrentar todos os bandidos que existem no mundo. Basta uma fita na cabeça e o menino se torna o
próprio Rambo. Com Will não foi diferente e ele, imaginativo e criativo do jeito que é,
se imagina vivendo várias aventuras na pele do seu heroi. Lee Carter, cujo hobby
é fazer filmes caseiros para participar de um concurso da BBC encontra em Will
a veia criativa que estava faltando para que ele possa ganhar o concurso e o
convence a ser o roteirista e ator principal do seu mais novo filme, "O Filho de
Rambow".
A gravação do filme pelos dois funciona como pano de fundo
para mostrar o nascimento e o desenvolvimento de uma grande amizade que não
fosse o filme, provavelmente, nunca ocorreria. Durante o filme vemos a
transformação das personagens. O tímido e introspectivo Will, graças à nova
amizade, às filmagens e ao status na escola que veio junto com ela, vai aos
poucos vencendo a timidez, enquanto que o valentão Lee Carter, aos poucos vai se
“civilizando”, tornando-se mais sociável e cooperativo. Mas, o fato mais
importante da amizade entre eles é mostrar-lhes que têm com quem contar, já que as
famílias desestruturadas de ambos não servem muito nesse quesito.
O Filho de Rambow é um filme excelente que retrata muito bem
uma época que pra muitos é a década perdida, mas que para os jovens adultos de
hoje foi uma época cheia de aventuras e descobrimentos, chamada infânica. E é isso que faz o filme ser marcante, pois,
mesmo se passando em outro país, outra cultura, não tem como quem assisti não se lembrar de
momentos parecidos da própria infância.
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