26 de dez. de 2014

[Literatura] Michael Crichton na minha Linha do Tempo



Até 2011 eu não tinha a menor ideia de quem era Michael Crichton. Mas tudo isso mudou quando um dia entrei na Livraria Saraiva do Shopping Recife e me deparei com o livro "Parque dos Dinossauros". Nunca tinha me passada pela cabeça que o filme dirigido por Steven Spielberg pudesse ser baseado em um livro. Não comprei o livro naquele dia, mas toda vez que ia a livraria ficava flertando com ele, até que um dia resolvi acabar com o flerte e investir nele. Comprei-o e em poucos dias devorei o livro. Se o filme é sensacional, o livro, que apresenta algumas diferenças na história, é melhor ainda.

A maneira do Michael Crichton contar histórias é muito envolvente. Sempre muito bem pesquisada, os fatos científicos apresentados por ele dão um tom de realidade às histórias fictícias contadas. A partir do final da leitura de "Parque dos Dinossauros" fiquei com vontade de ler todos os livros do autor. De 2011 pra cá tive o prazer de ler outros 4 livros dele: "Devoradores de Mortos", "Homem Terminal", "Mundo Perdido" e o mais recente, finalizado ontem no dia de Natal, "Linha do Tempo".

Confesso que não gostei muito de "Devoradores de Mortos" nem de "Homem Terminal". Porém, acho que o motivo está mais relacionado ao momento em que os li do que com os próprios livros. "Homem Terminal" eu li após ter lido "Sob a Redoma", livro do Stephen King que eu adorei e que me prendeu de um jeito que eu devorei as mais de 900 páginas em poucos dias. Ainda empolgado com o estilo prolixo do Stephen King, achei "Homem Terminal" muito enxuto, com as coisas acontecendo rápido demais. Já a leitura de "Devoradores de Mortos" foi prejudicada pelo momento. Estava escrevendo minha dissertação, tentando implementar umas rotinas no código fonte do meu trabalho, servindo de motorista pra levar minha mãe aos médicos dela, ou seja, não tinha muito tempo para me concentrar na leitura. Então acabou que li tão a prestação que a leitura não se desenvolveu.

"Mundo Perdido" e " Linha do Tempo", por outro lado, eu adorei. Ambos eu li nessa época de final de ano, o primeiro ano passado e o segundo esse ano. Assim, aproveitando o tempo livre devido ao recesso da Universidade, pude me deleitar melhor com essas incríveis histórias saídas da mente criativa do Michael Crichton. "Mundo Perdido" em nada lembra a péssima continuação cinematográfica de mesmo nome. Com história bem diferente, apesar de algumas semelhanças, e muito melhor, Michael Crichton mostra como se faz uma continuação de um clássico mantendo o mesmo nível.

 
"Linha do Tempo", o mais recente lido por mim, tem um ritmo tão frenético que, apesar de estar com a corda no pescoço por causa da qualificação do doutorado, não consegui largar. Nele um grupo de historiadores está fazendo uma escavação em um sítio histórico na França. Esse sítio histórico é formado por dois castelos que ficam em margens opostas de um rio, um monastério e um moinho que servia de ponte. Patrocinado pela ITC, uma empresa americana que atua na área de tecnologia quântica, o projeto coordenado pelo professor Johnston sofre uma reviravolta quando os historiadores começam a desconfiar que a ITC está escondendo o real motivo das pesquisas. Após ir tomar satisfações com a empresa, o professor Johnston fica incomunicável com o grupo, até que eles encontram uma mensagem datado do ano de 1357 com a letra do professor pedindo ajuda. Essa é a deixa para 4 dos seus alunos irem ajudá-lo. Contando apenas com 37 horas os 4 alunos são enviados pela ITC ao passado para tentar resgatar o professore e trazê-lo de volta para o presente.

Uma das qualidades que eu mais admiro no Michael Crichton é a pluralidade dos seus livros. Cada um tem um tema completamente diferente do outro, com a tecnologia servindo como tema recorrente nos seus livros. Porém, mesmo com assuntos tão diversos, a qualidade na narrativa é sempre envolvente e de excelente qualidade.