31 de ago. de 2012

[Jogos/Nostalgia] Dos 8 aos 128-bits - Parte 4 (PS1)


Retomando depois de 2 anos a série sobre os vídeo games que me acompanharam durante esses 25 anos, chegou a hora de escrever sobre o vídeo game que eu tive mais jogos. Todos piratas, mas com certeza a maior quantidade que eu tive.

Como falei no post do Nintendo 64 eu não passei muito tempo com ele. Acredito que passei somente uns 2 anos com ele. Se não me falha a memória comprei o meu Playstation 1 (PS1 pros íntimos) em 2000 e devo ter ficado com ele até 2004 quando comprei um Playstation 2. O meu modelo na verdade era o PSOne, uma versão menor, com linhas mais arredondadas como pode ser visto na foto abaixo.


Comprei-o numa loja de produtos chineses do shopping e o danado vinha com 10 jogos que eu podia escolher. A grande maioria era porcaria, confesso, mas tinha o Need for Speed: Porsche Unleashed, jogo de carro só com modelos da marca Porsche que eu adorava. Hoje em dia, de vez em quando, a trilha sonora ainda volta à minha mente.

Como meu PS1 era destravado a rotatividade de jogos era imensa. Não tinha mais as limitações que eu tive nos consoles anteriores de ter poucos jogos para jogar. Além da facilidade de comprar, quase todos os meninos do meu prédio também o tinha e a cópia de jogos rolava solta. Nessa época, por causa disso, não tive mais o prazer de ir alugar os jogos na locadora como eu tinha com os anteriores. Porém, em compensação, o preço baixo dos jogos piratas me abriu um novo mundo. Ir ao centro da cidade comprar jogos. Resumindo, explorar, coisa que com meus 14/15 anos eu estava doido pra fazer.

Todo começo de mês eu recebia uma graninha de mesada. Então ir ao centro comprar jogos e quadrinhos virou quase uma rotina nos meus começos de mês. O mesmo acontecia quando eu ia pra Petrolina pra passar as férias nas casas das minhas tias, e meu irmão, meu primo, um amigo da gente e eu íamos comprar jogos no centro de lá. Por sinal, olhando no Google Street a barraquinha onde eu comprava ainda existe.


Essas idas ao centro resultaram em muitas histórias engraçadas, dentre elas uma em que o dono de uma barraca de jogos só faltou bater no funcionário quando, após ele testar o jogo e ele não funcionar, a gente resolveu sair sem comprar. O problema é que como o PS1 tem um leitor de CD com o tempo ele suja e fica difícil de ler os discos. O funcionário tinha colocado o jogo pra testar num console antigo e por isso ele não funcionou. O dono, depois de xingar o cara e a mãe dele de tudo que é nome, testou num console mais novo e o danado do jogo funcionou. Mesmo já tendo desistido de levar acabei comprando só pelo medo que fiquei da ira do cara. Só sei que quando cheguei em casa, depois de uns 20 dias o jogo parou de funcionar. O que por sinal era muito comum quando se comprava os jogos piratas.

Além de ter me proporcionado essas experiências de exploração, o PS1 teve muito jogos sensacionais que ainda hoje me são muito queridos. Resident Evil 2, Tenchu 2, Driver, Diablo, Tomb Raider IIIChrono Cross, Tony Hawk Pro Skater 2, Winning ElevenCastlevania: Symphony Of The NightEvil Dead: Hail To The King e muitos outros. O último, por sinal, eu gostava tanto que achei um detonado em inglês na internet na época pra ele (pra esse jogo específico era quase impossível achar) traduzi com o google tradutor, porque meu inglês era péssimo, e copiei tudo num caderno, que ainda tenho até hoje, com uma letra minúscula, não me perguntem porque, usando uma caneta tinteiro 0,3 que meu irmão tinha. 


Por tudo isso o PS1 briga fortemente com o Super Nintendo pelo título de vídeo game mais querido pra mim.

Continua... 

23 de ago. de 2012

[Literatura] Almost Blue ou a fina arte de pagar pouco por livro bom



 

Sempre que vou ao supermercado Hiper Bompreço aqui de Recife dou uma olhada na seção de livros de lá. Não olho os livros novos com preço de livraria, mas sim os da “xepa”, os que ficam empilhados num canto, com preços praticamente simbólicos. É sempre empolgante garimpá-los em busca de alguma coisa que me chame a atenção e peça pra ser levada, como já aconteceu com o excelente “A Conspiração de Papel” do escritor estadunidense David Liss. Dez reais por um livro que na livraria custa cinquenta.

Na ultima escavação em busca de um livro interessante me deparei com um de capa verde limão com um iguana azul na capa. A capa por si só já era chamativa, mas junto com o preço - R$ 6,90 - fez com que eu desse uma chance pra sinopse, que por sinal ele não tinha na contracapa. Como o plástico que o envolvia estava rasgado e dava pra abrir a orelha pra ler, dei uma olhada, e o que tinha lá me atraiu. Falava sobre um assassino psicopata, de alcunha Iguana, que ataca estudantes universitários na cidade italiana de Bolonha, Almost Blue – que por sinal é o título do livro – canção composta por Elvis Costello, cantor que eu vinha ouvido bastante graças a trilha sonora de Gilmore Girls que minha namorada gravou pra mim pouco tempo antes, Reptile do Nine Inch Nails e Hell’s Bells do AC/DC, como elementos de composição do cenário.

Desde que li Alta Fidelidade do Nick Hornby acho bastante interessante essa mescla de literatura e música. Mesmo não dando pra extrair som do papel você consegue ouvir a música, e se bem escolhidas, como é o caso desse livro, elas ajudam a dar um ar cinematográfico à leitura. Ou seja, literatura, música e cinema numa lapada só.

Além disso, o livro era publicado pela Conrad, uma editora que eu gosto, principalmente pelos quadrinhos, e que normalmente lança umas coisas meio obscuras, diferentes do habitual e que tem, normalmente, potencial para me agradar. Então não pensei duas vezes, coloquei no carrinho e fui “fazer a feira”. Se fosse ruim eram só sete reais jogados fora.


Umas semanas depois, na casa da minha Guiga, enquanto eu me dava umas férias depois de um concurso de resultado não muito agradável, resolvi fazer Almost Blue furar a fila porque estava curioso sobre a história, e como ele era fininho – 220 páginas – não ia consumir muito tempo. Dito e feito, duas sentadas e um livro que me agradou do começo ao fim, com uma história envolvente e um final decente. O livro já agrada de cara na apresentação de Simon Martini, 25 anos, cego de nascença, e um dos três protagonistas do livro. Em poucas páginas Carlo Lucarelli, o autor, com um toque de genialidade, utilizando apenas o som pra descrever as coisas, coloca você na pele do rapaz e faz, de forma esplendorosa, o leitor se sentir cego por alguns momentos. Foi o trecho onde ele descreve como ele “vê” as cores que fez eu me interessar de vez pelo livro.

“As cores também significam algo pra mim. Têm uma voz, um som, como tudo. Um ruído que as distingue e que consigo reconhecer. E entender. O azul, por exemplo, com esse no meio, é a cor do azeite, das zebras e dos besouros. Vasos, vielas e cavalos são violeta e amarelo é a cor pontiaguda do martelo. E o negro não consigo imaginar, mas sei que é a cor do nada, de ninguém e da lacuna. Mas não é só uma questão de assonância. Existem cores que significam algo pela ideia que contêm. Pelo ruído da ideia que contêm. O verde, por exemplo, com o erre que arranha no meio e coça e esfola a pele, é a cor de uma coisa que queima, como o sol. Todas as cores que começam com , ao contrário, são belas. Como o branco ou o bronze. Ou o bege, que é belíssimo. Para mim, por exemplo, uma bela garota, para ser mesmo bela, precisa ter pele branca e cabelos da cor do bronze.”

Além de Simon, temos a inspetora Grazia Negro, e o próprio Iguana como protagonistas principais. Os capítulos do livro giram em torno desses três personagens e da investigação da série de assassinatos de estudantes universitários que vem ocorrendo nos últimos cinco anos na cidade de Bolonha, sendo os capítulos da Grazia narrados como um narrador onipresente e os dos outros dois como narradores personagens. Achei bastante interessante isso, principalmente porque você se sente cego quando nas peles do mocinho e do assassino. Na de Simon pelo óbvio motivo dele ser cego e só perceber as coisas através da audição e do olfato, e na do Iguana pelo fato dele ser completamente doido e o que ele enxerga não fazer o menor sentido, ser quase uma alucinação.

As músicas citadas na orelha e que são os títulos das três partes que compõem o livro dão uma amostra do que espera o leitor. A primeira parte, Almost Blue, traz um começo mais calmo, como um solo de piano, onde os personagens são apresentados e a trama é desenhada. A segunda parte, Reptile, mostra o desenvolver da trama com a investigação começando a acelerar, mas ainda caminhando num ritmo mais lento, um pouco confusa, sem saber quem é o assassino. E a terceira e última parte, Hell’s Bell, como um solo de guitarra alucinado, mostra a ação desenfreada da caçada ao assassino e as consequências que elas trazem pros protagonistas e as pessoas que os cercam. A correspondência do ritmo das músicas de mesmo nome com o ritmo dos capítulos é excelente e dão uma dinâmica cinematográfica muito interessante ao livro.

O livro é excelente, altamente recomendado e já um dos meus preferidos do gênero. Só fico triste que dificilmente lerei outra coisa desse escritor em português. O que é uma pena, já que ele tem bastante coisa escrita e, inclusive, alguns outros com a mesma inspetora como protagonista.  

28 de mai. de 2011

[Desenho] Kimagure Orange Road


Há uns meses comentei aqui sobre o anime Kimagure Orange Road. Esses dias recebi um comentário no post dele e bateu a curiosidade de ver se era fácil encontrar KOR pra baixar. Pra minha surpresa vi que é um pouco complicado achar com qualidade avi. Dá pra encontrar fácil em rmvb e em mp4, mas em avi tem que dar uma garimpada. Então, pra facilitar a vida de quem leu o post citado, e já que é o meu anime favorito segue os links pra download que eu peguei daqui.

Informações Técnicas:

Título: Kimagure Orange Road
Título Original: きまぐれオレンジ☆ロード, Kimagure Orenji Rōdo
Formato: AVI
Qualidade: DVD-Rip
Codec: Xvid
Video: 640 x 480, 23.976 fps
Audio: 44.100 Hz, 128 kbps, Stereo
Duração Média: Série e OVA - 25 min | Movie 1 - 69 min | Movie 2 - 95 min
Tamanho Médio: Série - 170 MB | OVA - 300 MB | Movie 1 - 801 MB | Movie 2 - 1,20 GB
Áudio: Japonês
Legenda: Português
Fansubber: OMDA

Downloads:

Série:

01 - Transfer Student! Humble First Love!
02 - Just a Little Lemon Kiss
03 - Mood Swings - Rowing First Date
04 - Hikaru-chan?! The Disturbing "C" Experience!
05 - Two People's Secret - The Part-Time Job 2
06 - That Guy is a Rival! Love's Midterm Exam!
07 - Madoka's Private Life - A Spark-Colored Kiss!
08 - Your Smile! Shutter Chance at the Beach
09 - Kurumi-chan's How To Date!
10 - A Premonition! Hikaru-chan Will Die!
11 - Don't Ring the Wedding Bells!
12 - Study Abroad in America! Goodbye Madoka!
13 - Everyone is Looking! Hikaru's Super Transformation!
14 - A Foreboding Dream! Madoka and Kyosuke are Breaking Up At Last!
15 - Madoka's Ultimate Decision! Putting a Period to the Love Triangle
16 - Well, Do You Believe or Not? Madoka Saw a UFO
17 - The Summer Temptation - A Double Date Out Of the Blue
18 - Madoka's Challenge! The Haunted Beach Big Wave Legend
19 - The Couple's Experience—Forbidden Island of Love!
20 - Hikaru Witnesses! The Camp is Full of Danger!
21 - Kyosuke in a Pinch! Sweet Nothings at the Wuthering Heights!
22 - An Adult Relationship? Madoka Secretly Returns Home in the Morning!
23 - Kyosuke and Madoka in a Big Fight! The 3-Legged Race of Love!
24 - Introducing Kazuya! Be Careful Around the "Panic Kid"!
25 - Risky Self-Hypnosis! Kyosuke Changed!
26 - Kyosuke Becomes a Kid! Getting Super-Close to Madoka!
27 - Marked Woman Madoka! Kyosuke, Proving He's a Man!
28 - Dangerous Decision! Manami-chan's Big Adventure!
29 - Don't Cry, Jingoro! The Heat of Young Love!
30 - A Tender Little Story - Kurumi's First Love, Chapter "Hell"!
31 - Madoka and Yuusaku - The Marching Song of Runaway Youths
32 - Will My Birthday Come Twice? Time-Runner Kyosuke
33 - Strange Madoka! The Mushroom of 120% Truth!
34 - Roots Panic! Madoka in the Mysterious Homeland
35 - Perverted With a Camera! Robo-Kyosuke!
36 - Adios, Kyosuke! Paranormal Powers Caught On Video!
37 - Heroic Orange Legend - Madoka's Duel in the Blizzard
38 - Kyosuke Timetrips! The Third Christmas
39 - Hypnotizing Madoka - Kyosuke's Dangerous New Year
40 - First Dream of the New Year - Giant Monster Jingoro's Counterattack
41 - Immobilized Madoka - Kyosuke's Mysterious Watch
42 - Madoka the Popular - Kyosuke Finally Confesses
43 - Heartbroken Hikaru - Follow Her to the Winter Beach
44 - The Taste of Love? Kyosuke's Valentine from HELL!!
45 - Goodbye Hikaru - And Then There Were None
46 - One Snow-White Night - Two Alone in a Gondola
47 - A Presentiment of Farewells - Find Madoka's First Love
48 - I Found Love! and Da Capo

OVAs:

01 - White Lovers - Parte 1 | Parte 2 | Parte 3 | Parte 4
02 - Hawaiian Suspense - Parte 1 | Parte 2 | Parte 3 | Parte 4
03 - I was a Cat; I was a Fish - Parte 1 | Parte 2 | Parte 3 | Parte 4
04 - Hurricane! Akane the Shape-changing Girl - Parte 1 | Parte 2 | Parte 3 | Parte 4
05 - Spring is for Idols - Parte 1 | Parte 2 | Parte 3 | Parte 4
06 - Birth of a Star - Parte 1 | Parte 2 | Parte 3 | Parte 4
07 - An Unexpected Situation - Parte 1 | Parte 2 | Parte 3 | Parte 4
08 - Message in Rouge - Parte 1 | Parte 2 | Parte 3 | Parte 4

Filmes:

Movie 1 - I Want to Return to That Day - Parte 1 | Parte 2 | Parte 3 | Parte 4 | Parte 5 | Parte 6 | Parte 7 | Parte 8 | Parte 9

Movie 2 - Summer's Beginning - Parte 1 | Parte 2 | Parte 3 | Parte 4 | Parte 5 | Parte 6 | Parte 7 | Parte 8 | Parte 9 | Parte 10 | Parte 11 | Parte 12 | Parte 13

[ADD] Certa vez eu baixei o episódio piloto de KOR pelo emule. Há muito que deletei esse arquivo. Além do episódio piloto havia um pequeno vídeo que seria a rotina da Matsumoto Izumi, a mangaká, durante a época que desenhava KOR. Danda uma busca no youtube encontrei o tal vídeo, que pode ser visto abaixo. O episódio piloto (legendado em espanhol) também encontrei, mas a primeira parte estava dando problema então não coloquei aqui no post, mas pode ser visto no youtube se procurar por "El Episodio Piloto"


Mangá:

Pra quem tiver interesse de ler o mangá de Kimagure Orange Road, neste link tem todos os 18 volumes disponívesi em inglês para serem lidos online.

27 de fev. de 2011

[Quadrinhos] Dylan Dog #001 - Ed. Mythos

Bem, não é segredo que sou fã dos quadrinhos de Dylan Dog. Já fiz até um post falando sobre ele, e até o nome do blog é por causa dele (Dê uma olhada no nome da edição italiana nº 19, ou a brasileira da editora Conrad nº 3 que você entenderá). Diante disso e da dificuldade de encontrar pra download os scans de DYD, vou tentar escanear as revistas que eu tenho e disponibilizar por aqui. Não vou prometer postar todas, nem o prazo entre uma postagem e outra, mas vamos ver no que vai dar.

A edição #1 da Mythos não é a ideal pra se começar a ler DYD, já que ela é a #100 italiana, mas a história ainda é bastante boa. Recomendo ler antes "O Despertar dos Mortos-Vivos" e "Morgana", pra entender melhor a história.

Sinopse: O título já diz tudo. Boa parte dos mistérios sobre o detetive do pesadelo são revelado. Quem foi seu pai, sua mãe, e qual a importância do galeão que ele aos poucos vinha montando ao longo de suas aventuras. Um excelente ponto de partida para novos leitores. Entre passado e presente, descobrimos surpreendentes revelações, confirmando Dylan Dog como o principal título de terror da atualidade. (Fonte: Texbr)

Só clicar na imagem para fazer o download.


6 de fev. de 2011

[Cinema/Desenhos] Os Irmãos Marx e uma escada de 99,5 degraus


Ao contrário do Natal, onde todos os filhos tem que estar junto e sempre tem uma ceia farta, aqui em casa, o Ano Novo foi sempre uma coisa meio morta. Era cada um por si, e geralmente eu passava em casa sem fazer nada, ou vendo os fogos na TV. Quando a coragem permitia andava os 4 quarteirões que separam minha casa e a praia, mas logo depois que acabava voltava. A coisa era tão séria que já passei a virada de ano vendo Jogos Mortais. Hoje em dia melhorou bastante, deposi que conheci a minha princesa.

Num desses Anos Novos estava eu em casa fazendo não lembro o que quando ouço meu pai gargalhando na sala. Como meu pai não é uma pessoa que gargalha o tempo todo fui dar uma olhada no que estava acontecendo. Quando chego lá ele esta vendo um filme em preto e branco com um cara com um bigode enorme claramente pintado fumando um charuto e disparando piadas mais rápido que o Clint Eastwood nos seus filmes de cowboy.


Acabei vendo com ele o final do filme, e o seguinte, e o seguinte. Durante os filmes descobri que se tratava de uma maratona dos Irmãos Marx. Mas aí veio a pergunta. Quem diabos são os Irmãos Marx? Nunca tinha ouvido falar naquela trupe, mas foi amor a primeira vista.

Um maluco com um enorme bigode pintado fumando um charuto e soltando piadas, um mudo com cara de maluco que gosta de infernizar a vida dos outros e usa buzinas pra se comunicar e gosta de tocar harpa, um malandro que gosta de se dar bem em cima dos outros e nas horas vagas gosta de tocar piano, e um galã. Esse quarteto me encantou naquela madrugada do primeiro dia de um ano que já passou há algum tempo. Groucho, Harpo, Chico e Zeppo, esses eram respectivamente seus nomes.

Depois daquela noite toda vez que passava um filme deles eu via e sempre ria mesmo após a quarta vez. Naquela época eu não tinha DVD ainda, apenas um VHS que eu adorava usar pra gravar os filmes que eu gostava, então é claro que quando surgiu a oportunidade eu gravei. Dos 3 que passaram, 2 eu consegui gravar, o outro, o que eu tinha pego pela metade quando ouvi as gargalhadas do meu pai nunca mais passou e eu não consegui gravar. Mas “Gênios da Pelota” e “Batutas Burlescos” já davam pra me fazer rir por horas.


Com o passar dos anos meu VHS foi perdendo espaço e resolvi que era hora de procurar os filmes pra baixar e, quem sabe, conseguir ver “Diabo à Quatro” inteiro. Procurei pelos filmes no PirateBay e encontrei pra baixar em DVD. Minha internet não era uma maravilha na época, mas os filmes valiam a pena baixar, então comecei a dura batalha de baixar 4,7 GB com uma internet de 1 MB.

Enquanto baixava o arquivo percebi que ele tinha sido postado primeiramente num site. Peguei o endereço e fui dar uma olhada pra ver o que mais de interessante tinha no site. Descobri que era um site espanhol só com DVD pra baixar. Felizmente muitos dos DVDs que lá existiam – existiam porque o site ao que parece fechou – possuíam legenda em português de Portugal. Não era a perfeição, mas era melhor que nada.


Baixei muita coisa por lá. Desde uma série de episódios de suspense apresentados pelo Hitchcock, uma dúzia de filmes dos Irmãos Marx, além de uma dúzia de filmes clássicos que não encontrava por aqui. Vale lembrar que na época não era tão fácil com hoje achar filmes lançados por aqui para baixar, então o site era uma maravilha. Porém, o que fiquei mais feliz de baixar não foi um filme ou uma série, e sim um anime que eu gosto. Kimagure Orange Road.

Minha história com Kimagure Orange Road começou por acaso. Estava numa fase de querer ver todos os animes que existem, então via muuuita coisa. Estava baixando outro anime que já nem lembro quando vi pra baixar Kimagure Orange Road, ou KOR para os íntimos. A história parecia meio bobinha na época, afinal, a história sobre uma família com poderes psíquicos que vive se mudando de cidade porque descobrem seus poderes, e o triângulo amoroso que o filho mais velho vive na nova cidade não parece uma obra prima, mas mesmo assim resolvi arriscar. E como valeu a arriscada.


Nos primeiros episódios já percebi que ia adorar o anime. O personagem principal, Kyosuke conhece por acaso uma garota, Madoka, por quem se apaixona. No primeiro dia de aula descobre que ela é da sua turma, mas que ela é meio barra pesada e que dentro do colégio ela não dá a mínima pra ele. Pra complicar as coisas ele acaba beijando sem querer uma outra garota, Hikaru, e ela logo se apaixona por ele. Infelizmente, ou felizmente por que isso é o que torna a série o que ela é, Hikaru é amiga de infância de Madoka. Está montado o triângulo amoroso que vai durar os 48 episódios e que vai levar Kyosuke quase a loucura.

Gosto de KOR porque Kyosuke é um banana, mas um banana com coração. Ele se preocupa com as duas e não quer ferir nenhuma, o que raramente acontece. O normal é ele pisar na bola e magoar uma das duas. Outro ponto que eu achei que seria negativo no começo, mas que acabou se mostrando um trunfo foi os tais poderes psíquicos da família. A série, felizmente não foca nos poderes dele e sim no relacionamento e nas trapalhadas amorosas de Kyosuke. Os poderes entram apenas pra ajuda-lo em algumas situações. Como ter que ir de um lugar para o outro num segundo e outras coisas.


Porém, não foi fácil ver KOR. A pessoa que legendava a série, ao que parece desistiu de fazê-la no meio, e como era ele quem tinha os DVDs originais de onde tiravam os episódios a coisa ficou parada por muito tempo. Aos poucos os episódios forma voltando a aparecer, mas eu não consegui esperar para saber como terminava. Como o anime foi baseado no manga de mesmo nome, resolvi que seria interessante lê-lo. 18 volumes em inglês para alguém só com o básico foi um trabalho meio duro. Mas valeu cada esforço, porque o final do manga é perfeito. O do anime já não é tão bom quanto.

Li o manga e terminei de ver o anime em inglês. Depois revi em português. E quando descobri no site que tinha pra baixar o DVD com legenda em português, nem o fato de ser 10 DVDs me parou. Baixei todos com velocidade média de 10 kb/s, ou seja, levou uma eternidade, mas consegui. Hoje os DVDs estão aqui na minha estante, com capinha, bonitos e prontos para eu ver quando quiser.

Aproveitando, mais um da série "Um dia ainda terei dinheiro vadio pra gastar com o que eu quiser".