25 de jul. de 2010

[Jogos/Nostalgia] Dos 8 aos 128-bits - Parte 3 (Nintendo 64)


Continuando a série com os vídeo games que moldaram meu caráter e me fizeram companhia por longas horas, vamos passar para o Nintendo 64 o vídeo game que eu menos gostei de ter tido e que tive por menos tempo.

Me arrependo bastante de ter tido o Nintendo 64. Não por ele ser um console ruim, mas sim por eu achar o antecessor dele, o Super Nintendo, muito melhor e com jogos muito mais legais. Apesar disso, tenho que admitir que o Nintendo 64 teve jogos memoráveis como GoldenEye 007, The Legend of Zelda: Ocarina of Time, F-Zero X (que consegue ser muito melhor que o do Super), Top Gear Rally e a lista pode seguir por um bom tempo.


Infelizmente eu tive o azar de sempre ter jogos ruins e que eu na verdade não queria. Aqui em casa, quando pequeno, o esquema de ganhar jogo era apenas nos aniversários, dia das crianças ou natal e mesmo assim tinha que ser muito insistente e provar por A mais B que era necessário, porque o fato de eu ter um jogo, para os meus pais, eximia toda a necessidade de um segundo jogo.

Outro fato que me fez começar o Nintendo 64 com o pé esquerdo foi logo a compra dele. Ganhei o meu em 98, na época da Copa do Mundo da França, e a Nintendo tava com uma caixa especial que além do vídeo game e de um controle dourado você ganhava o jogo International Superstar Soccer 98, que é o melhor jogo de futebol do 64 só perdendo o cargo de melhor jogo de futebol anos depois pra série Winning Eleven já no Playstation. Pois bem, eu queria esse, minha mãe comprou o normal que não vinha com jogo. Ou seja, passei um bom tempo jogando apenas jogos alugados por não ter um jogo porque minha mãe quis economizar 50 reais, o que era menos que um jogo na época.


Meu primeiro jogo só foi adquirido meses depois e também não um jogo que eu queria. Eu queria o jogo Quest 64, que por sinal parece ser bem fraco também, e acabei comprando Mystical Ninja: Starring Goemon porque dentre as opções da loja era a menos pior. Esse, por sinal, é um problema de se comprar jogos em épocas de festa porque você só encontra as sobras de jogos.

Pois bem, mesmo não sendo o jogo que eu queria ele era até razoável e me rendeu várias horas de diversão. Depois dele tive ainda o pior jogo da série Mortal Kombat, o famigerado Mythologies: Sub-Zero e pra terminar minha lista de jogos tive Donkey Kong 64 que nem de longe é tão bom quanto os Donkey Kongs do Super Nintendo.


O bom do Nintendo 64 é que não precisei ter muitos jogos, porque no meu prédio tinha umas 5 pessoas que tinham ele, então emprestávamos os jogos uns para os outros e conseguíamos jogar vários deles. Por isso que digo que o Nintendo 64 foi um vídeo game bonzinho, mas que eu não tive tanto prazer em ter. É tanto que logo eu troquei por um Playstation 1.

Continua...

[Conto] O Término


Eu a conheci por acaso. Um dia ela simplesmente me adicionou no MSN e puxou assunto. Não me pergunte como ela o descobriu, porque nem eu que era o mais interessado fiquei sabendo. Nas próprias palavras dela tempos depois me disse que tinha sido o destino, mas não tenho tanta certeza disso. Eu boçal e antipático forcei a simpatia com aquela estranha que tentava me convencer que os clássicos eram melhores que os filmes de terror tosco que eu tanto gostava.

Achei que seria apenas mais uma dessas conversas que se tem com alguém que te adiciona e depois, a única outra vez que troca algumas palavras é quando ela vem perguntar quem é você, e você faz de tudo pra ser simpático e tentar explicar quem é. Bem, eu não tenho essa capacidade de simpatia, simplesmente digo que ela que me adicionou. Porque qual o propósito de você adicionar alguém se você depois não vai mais lembrar quem ela é?

Mas com ela foi diferente, durante as semanas seguintes ela vinha diariamente puxar assunto. Eu até tentei evitar o contato entrando offline, mas mesmo eu sendo boçal e antipático tenho que admitir que ela foi me cativando e o tempo que eu passava offline pra fugir dela foi diminuindo.

A cada conversa ela me mostrava uma faceta desconhecida e a cada uma ia me conquistando mais e mais. Ela me cativou tanto que me conquistou por completo e eu me apaixonei. Foi aí que começou minha desgraça.

Aviso logo que não acontecerá nenhuma tragédia, isso, dependendo do seu ponto de vista. Pra mim o que aconteceu e que levou ao fim do nosso relacionamento foi uma tragédia. Pra ela foi uma infantilidade da minha parte, mas nada me fará aceitar aquilo.

Ah! Esqueci de comentar que ela morava a 600.000 metros de distância ou pra quem não gosta de números grandes, como ela, 2 estados acima do meu. Admito que a distância nunca foi um problema muito grande, porque nos falávamos quase todos os dias e quando nos víamos ao vivo o saber que logo íamos nos separar fazia com que aproveitássemos cada segundo juntos.

Passamos três anos nisso e nem de longe foi o principal motivo de tudo ter acabado. Está certo também que já vínhamos tendo nossos problemas, mas também não foram eles que causaram a separação. E vou provar como eu não estou sendo injusto com ela.

Como já disse ela é uma pessoa encantadora. Mas da mesma forma que ela era encantadora comigo ela era encantadora pras outras pessoas com quem ela conversava. Não digo com isso que ela era infiel para comigo. Digo apenas que conversar com ela era o mesmo que se tornar um grande fã dela ou na pior das hipóteses se apaixonar perdidamente por ela, como foi o meu caso.

Mesmo tendo vários defeitos, dos quais eu já indiquei alguns aqui, nunca criei caso com isso. A conheci assim e me apaixonei por ela já sabendo disso, então nunca tentei mudar isso nela. E olhe que nunca foi fácil porque de tempos em tempos eu tinha que segurar a barra dela triste e chorando pelos cantos, porque um “amigo” dela não queria ser apenas amigo e isso acabava com a amizade deles. Não sou santo, intimamente achava era bom pra ela aprender que ser encantadoramente cativante não é uma dádiva e sim um infortúnio. Mas eu era um bom namorado e guardava esses sentimentos só para mim.

Ainda havia os problemas inerentes a se namorar uma garota, como por exemplo, esperar por no mínimo duas horas ela se arrumar, nem que seja pra ir comprar pão na padaria, coisa que você facilmente faz de bermuda e chinelo, sendo a camiseta opcional. TPM e todo a crise mundial que parece se instalar quando a menstruação resolve dar as caras.

Sem falar em responder perguntas simples como, por exemplo, se ela esta gorda ou feia. Porque essas perguntas são típicas pegadinhas femininas, uma vez que não existe resposta apropriada. Responder “sim” é claramente uma insensatez já que elas nunca vão querer ouvir isso. Mas responder “não” também gerará uma fúria insana e descontrole motor e oral, pois um “não” rápido demais indicará uma resposta automática, e um “não” demorado demais indicará que você parou pra pensar na questão, e se você pensou o “sim” passou pela sua cabeça. Então a única opção é encontrar o tempo exato pra se dizer “não”, porém até hoje não se tem conhecimento de nenhum homem que tenha conseguido calcular esse tempo exato. Acredito até que ele deveria fazer parte daquelas hipóteses matemáticas que existe há séculos e ninguém consegue provar. Meu chute é 1.256 segundos.

Mas esses “problemas” femininos não são considerados verdadeiros problemas são apenas as letras miúdas que você sabe que estão lá, mas não liga de olhar quando assina um contrato.

Poderia gastar várias outras linhas indicando problemas dela, assim como ela poderia facilmente escrever um livro com os meus, mas vamos nos ater a esses. Apesar de tudo isso sempre a amei. Sim, eu a amava. Mesmo isso sendo algo estranho de se dizer hoje em dia. E sempre a respeitei, sempre fui compreensivo e generoso. Sempre abri a porta do carro, até café na cama levei. Mas apesar de tudo isso ela me apunhalou nas costas e aquilo eu não pude perdoar.

Eu seria capaz de perdoar tudo, até ela ter me traído com algum daqueles amigos que queriam ser mais do que amigos dela, mas isso eu não pude, nem posso perdoar. Mas uma coisa eu não posso negar. Ela sempre me deu dicas. Assim como eu já dei dicas do que aconteceu pra vocês também.

Sempre que pedia pra ela calcular alguma coisa ela dizia que era de Humanas e que era melhor eu calcular já que sou de Exatas. Cansei de contas as vezes em que ela recebeu o troco errado. Cansei de somar as contas dela. Sempre achei que ela fosse desligada, até mesmo burrinha, mas não, a coisa era pior, muito pior, ela não sabia contar. E eu podia aceitar tudo, menos que a mulher da minha vida não soubesse contar.

1 de mai. de 2010

[Conto] Garoto


Um garoto aparentando seus 10 anos corre pelo chão de terra batida que chamam de rua, indo em direção ao centro da cidade. No meio do caminho, vários outros meninos de idades aparentemente próximas a dele vão se juntando a corrida. A corrida é igual a tantas outras que diariamente eles dão juntos.

Conversa fiada, disputas eternas pra saber quem realmente ganhou aquele campeonato de pião que eles realizaram certa vez e até hoje gera confusão, a nova vizinha que chegara à cidade há poucos dias, mas já conseguira conquistar o coração de todos e gerar inveja entre a criançada graças a um sorrisinho dado ao garoto, futebol e outras dezenas de assuntos de meninos que vinham à tona diariamente.

As corridas para o centro da cidade nunca tinham um destino específico, em geral a diversão era a ida, a confraternização daquela dezena de meninos que, apesar de não terem uma condição financeira muito boa, eram ingenuamente felizes por não ter que se preocupar com isso ainda. A conversa, as brincadeiras, tudo isso bastava pra fazer o dia deles perfeito.

Naquela manhã ao chegarem à praça uma coisa específica chamou a atenção do garoto. Não exatamente na praça, mas no prédio que ficava do outro lado dela. Um cartaz. O cartaz do filme que estrearia naquele dia numa das duas salas do cinema da cidade. O título foi algo que a memória do nosso garoto não conseguiu guardar, porque todo o espaço da memória dele naquele dia serviu para guardar a imagem daquela linda mulher que aparecia reluzente naquele pedaço de papel colado na parede. O cabelo loiro ondulado, aquela boca carnuda vermelha, o olhar misterioso, o vestido branco com as alças cruzadas que destacavam os seus seios, tudo isso ficou registrado na memória do garoto e ainda hoje, se ele fechar os olhos, ele é capaz de lembras de cada detalhe daquela que foi a mulher mais linda que ele viu na sua vida.

Foi paixão à primeira vista, paixão platônica por aquela dama que aparecia linda e insinuante naquele pedaço de papel. Ver o filme não era uma escolha e sim uma obrigação, um dever cívico. Não pelo filme em si, como já deve ter ficado óbvio, mas para ver toda aquela beleza em movimento, espalhando seu charme pela tela grande do cinema. Mas como ver sem dinheiro? Ir ao cinema não era um entretenimento de todo caro, mas era algo que ele não poderia dar-se ao luxo de fazer. Procurou inutilmente por alguma moeda que pudesse ajudar nos bolsos, mas de lá nada saiu a não ser um botão, e seu precioso pião.

O dia de brincadeiras do garoto acabou ali. Ele agora tinha um objetivo, conseguir o dinheiro pra ver a sua amada – sim amada, porque ele sabia que no dia que os dois se encontrassem, porque esse dia um dia aconteceria, ela teria os mesmos sentimentos que ele tinha por ela.

A primeira idéia que veio a sua mente foi pedir dinheiro pros pais. Mas pedir dinheiro pra eles significava ter que explicar a serventia do dinheiro e jamais ele seria dado caso o destino fosse o cinema, coisa que seu pai achava inútil e sem sentido. Pra que se preocupar com a vida de alguém que nem existe? Era essa a resposta-pergunta que ele dava sempre que era inquirido sobre o porquê de não gostar e de nunca ter visto um filme no cinema. Outra opção era mentir, mas essa estava fora de questão, porque ele podia ser pobre, querer muito ver o filme, mas tinha sido bem criado e sabia que mentira tinha perna curta e sabia que a chinela do seu pai não ia pensar duas vezes antes de esquentar seu traseiro quando ele descobrisse a mentira.

O jeito então era trabalhar. Mas trabalhar com o quê?

A brincadeira com os outros meninos foi deixada pra depois. Não sem a incompreensão dos demais que o questionavam do porquê de ir embora sendo que tinham acabado de chegar.

“Crianças!” pensou nosso garoto. “Tenho mais com o que me preocupar do que com pião e bola de gude. Minha dama me espera!” completou o pensamento.

Enquanto corria pensava onde poderia arranjar o dinheiro. Engraxate, talvez? Não, seu pai não o deixaria usar a graxa. Pedir esmola? Jamais, teria as mesmas conseqüências de mentir. Carregar compras? Era uma alternativa, quem sabe as freguesas da venda não davam uns trocados por ele ajudar a levar as sacolas até em casa. Dobrou a direita e lá estava a venda. O movimento não estava muito bom no momento. Havia apenas dois fregueses. Um senhor nos seus 40 e poucos anos e uma senhora na casa dos 30. Eram poucas opções, mas foram suficientes.

Oferecida a ajuda, a senhora de pronto aceitou muito agradecida, dizendo que era raro ver crianças tão prestativas quanto o garoto naqueles tempos. O trajeto até a casa da senhora não era longo e as sacolas eram poucas, apenas duas e mesmo assim com apenas alguns vegetais e algumas frutas. Não conversaram muito, apenas algumas trocas de palavras onde o tema principal era a curiosidade dela sobre a história do garoto. De quem era filho, quantos anos tinha, essas coisas.

O trajeto logo acabou, o garoto colocou as compras na cozinha da senhora e esperou. Ela o conduziu até a porta da frente, agradeceu pela ajuda, se despediu e entrou. Ele ficou na porta da frente por um momento esperando pelo trocado pela ajuda que viria, mas logo se deu conta de que a espera seria a toa e foi embora, cabisbaixo, já pensando no que poderia fazer agora pra conseguir o dinheiro.

Não tinha andado nem uns vinte metros e ouviu alguém gritando. “Garoto!”. Virou e viu uma menina correndo em sua direção. Era a menina nova que lhe dera o sorrisinho que tanta inveja despertara nos seus amigos. Ela realmente era bonita e parecia gostar dele, porque se antes fora um sorrisinho agora era um sorriso completo com todos os dentes a mostra. Mas ela continuava sendo apenas uma menina, e ele já tinha a sua mulher, a mais linda e charmosa de todos por sinal e que estava a sua espera ali perto no cinema.

“Minha mãe pediu pra te entregar isso.”, estendeu a mão e deixou cair na mão espalmada do garoto algumas moedas. Uma olhadela rápida indicava o que ele tanto queria, as moedas somavam quantia suficiente pra pagar a entrada do cinema.

Ele só conseguiu dizer obrigado antes de dar as costas pra menina que triste lá ficou olhando aquele menino que tinha despertado sua atenção sair correndo para se encontrar com a outra. A corrida de volta a praça foi só alegria. Seu coração batia forte no seu peito diante da perspectiva de ver sua amada. Mas ao chegar à praça um sentimento ruim abateu-se sobre seu peito. Uma pequena multidão se aglomerava diante do cinema. Vencida a praça que o separava da confusão foi se misturando à muvuca tentando descobrir o motivo da aglomeração.

“Isso é um desrespeito!”, “Onde já se viu uma coisa dessas!”, “Depois de todo o mal que aquele causou, isso!”, “Eu esperava mais dele!”, “Nunca imaginei que ele fosse desses, mas o que podia se esperar dele? Ele é da terra daquele lá!”. As frases entravam na cabeça do garoto, mas não faziam sentido. De quem eles estavam falando? Quem era aquele lá? Mas isso não era importante. Confusão a parte a única coisa que ele queria era ver sua amada. Porém, um braço achava o contrário.

“Onde você acha que vai garoto? Ninguém vai entrar nesse cinema enquanto ele estiver passando aquele desaforo”, o braço falou e apontou para o outro cartaz que estava colado ao lado do dela. Um cartaz que diante da beleza do dela passara despercebido por ele mais cedo. O cartaz era simples, apenas um homem, uma mulher e outro homem usando um chapéu de couro com umas estrelas na cabeça. Não parecia ao garoto algo que pudesse provocar aquele alvoroço todo e impedi-lo de ver o filme. Mas ao que parece ele era capaz sim, porque a confusão perdurou e depois de esperar por horas sem fio veio a frustração e a decepção. E com a decepção ela já não parecia mais tão bela.

Os outros meninos cansados de assistir o desenrolar da confusão tinham voltado a brincar e o garoto logo se juntou a eles e foi recebido como se nunca tivesse saído. Brincaram o dia todo e até compraram umas balas com o dinheiro que o garoto tinha conseguido e que agora não tinham mais serventia diante da situação que ainda continuava no cinema. O resto do dia passou como todos os outros e terminou como todos os anteriores também, com cada um seguindo o caminho de sua casa. O único que não foi logo foi o garoto que resolveu dar uma última olhada na única mulher que ele tinha realmente amado e a que, agora que ele a havia decepcionado, provavelmente não queria mais nada com ele.

Parou em frente ao cartaz dela e a admirou por um longo tempo. O outro cartaz havia sido arrancado. Pelo visto a turba tinha vencido. Uma lágrima desceu pelo rosto do garoto no mesmo momento que uma mão tocou no seu ombro. Era o dono do cinema que ao seu lado com a mão no seu ombro também fitava o cartaz.

“Linda, não acha? Uma pena não ter podido mostrar às pessoas dessa cidade a mulher mais linda do mundo, por causa de um simples filme. Uma pena. Ao que parece só você conseguiu enxergar a beleza dela ao invés da feiúra dele. Venha vê-la amanhã, não precisa pagar. O mundo precisa de mais garotos que vejam a beleza ao invés da feiúra das coisas.”, disse o dono do cinema, deu uma tapinha no ombro do garoto e entrou.

Um sorriso foi surgindo no rosto do garoto. Um misto de incredulidade e de orgulho. Ele sorriu, olhou mais uma vez pra mulher mais linda que ele já tinha visto e correu. Correu sabendo que sua amada estaria orgulhosa dele e que, o melhor de tudo, no dia seguinte ele finalmente iria conhecê-la pessoalmente. E correu.

19 de fev. de 2010

[Jogos/Nostalgia] Dos 8 aos 128-bits - Parte 2 (Super Nintendo)


Dando continuidade, vou falar um pouco do meu segundo vídeogame, o Super Nintendo, que pra mim foi o melhor videogame que eu já joguei. Não pelos gráficos e tal, mas pela diversão que ele proporcionava.

Refazendo meu cálculos, acho que o meu Master do post anterior eu não ganhei aos 8 anos e sim aos 7 ou até menos, porque suspeito que meu Super Nintendo eu ganhei quando tinha 8-9 anos. Quando ganhei o SNES meu Master já estava quebrado há algum tempo, então não foi uma troca e sim uma aquisição nova e quase com a emoção do vídeo daquele moleque ganhando o N64.

Assim como o Master não tive uma dezena de jogos, mas tive mais. Tive 6: Super Mario World, que veio com o videogame, Super Mario All-Star, que eu emprestei prum vizinho e ele se mudou pra BH e levou o jogo junto, Super Street Figther II, Mortal Kombat II, Donkey Kong 3 e Newman Haas Indy Car Racing. Mas a locadora que fica aqui atrás de casa tinha muitos jogos pra alugar então a diversão não ficava restrita a esses 6.

Sempre estudei de tarde, então sempre dormi até as 10-11 horas da manhã. Mas nas sextas-feiras acordava invariavelmente 9 horas pra ir alugar uma fita pra jogar. Alugava e passava a manhã jogando. Meio dia ia pro colégio e quando voltava às 6 da tarde jogava até mais ou menos meia noite, já que o dia seguinte era sábado. No sábado acordava cedo e ia alugar outra fita, porque a de sexta eu ia ter que devolver no sábado. Passava o dia com as duas fias revezando entre uma e outra e de noite devolvia a de sexta. Com a de sábado garantia a diversão até segunda de noite quando ia devolver a fita. E foi assim quase todo final de semana durante os 3-4 anos que tive meu SNES.


Talvez, por eu ter jogado mais o SNES do que os outros, ele tenha se tornado o meu videogame preferido, mas acho que a época ajudava. Eu era criança, não existia internet, toda informação eu conseguia com amigos ou em revistas sobre videogame e sempre existiam as histórias sobre um amigo dum amigo que tinha conseguido descobrir uma fase nova ou pegar um item que ninguém conhecia e que você passava dias procurando e geralmente era conversa mole.

Mas o principal eram os jogos. O SNES tem o maior número de jogos que eu adoro por bit2. Super Contra, Super Mario World, ActRaiser 2, Biker Mice from Mars, Brawl Brothers, Captain Commando, Donkey Kong, Earthworm Jim, Hit the Ice, Knights of the Round, Lion King, Mega Man X e mais uma centena que com certeza mereceriam estar.

Gostava tanto que até hoje me arrependo de ter dado meu SNES pro meu primo quando comprei o N64, que por sinal foi o videogame que eu menos gostei de ter, mas que será objeto da próxima parte. Felizmente, com os emuladores consegui relembrar e conhecer alguns outros jogos que se tornaram preferidos, e consegui, graças a possibilidade de salvar em qualquer parte, zerar alguns jogos que eu julgava impossível terminar como, por exemplo, Super Ghouls'n' Ghosts.

O SNES não foi o videogame que eu tive por mais tempo, mas com certeza foi o que mais me divertiu e o que eu mais me arrependi de ter trocado, mas a vida segue e existem emuladores pra trazer a alegria e emoção de jogá-lo de volta.

Continua...

PS: Bruno Valadares, se um dia você ler esse post saiba que eu ainda quero meu Super Mario All-Star.

15 de fev. de 2010

[Idiossincrasias] Nerd Esquisito


Quando se é míope existem outras três coisas que não podem ocorrer ao mesmo tempo senão é problema na certa: ser muito míope, ser criança, e ir comprar óculos com a mãe. Infelizmente, quando eu era criança, eu atendia a todos os fatores.

Quando se tem um grau que fica nos decimais ainda, a vida é uma maravilha, você vê tudo, não perfeitamente, mas vê tudo. Quando chega às unidades, quanto mais perto da casa das dezenas mais complicada vai ficando a coisa, e menos você vai conseguindo ver sem os óculos. Então, se você é criança, tem uns 6 graus de miopia e vai comprar óculos, não tem como você escolher, porque você simplesmente não se vê nele. Então o que acontece? Quem tiver lhe acompanhando que escolhe. Por isso mães são um problema nessa hora.


Os primeiros óculos decentes que eu tive eu só consegui comprar porque estava usando lente de contato que o vendedor me arranjou lá na hora. E isso eu já tinha meus 15-16 anos. Como uso óculos desde os 6 foram quase 10 anos de óculos feios e um cuidado extremo porque a lente pra não ser um fundo de garrafa monstruoso tinha que ser de cristal e qualquer queda quebrava, e era bronca na certa em casa. Só não era pior porque sempre me arriscava um pouco, jogava um futebolzinho mais parado, tentava não brigar porque a chance dos óculos cair era grande, coisas desse tipo. Mas nem sempre funcionou, uma vez caí, quebrei os óculos e ainda por cima quase perdi o dedo na lente que, quebrada, ficou super afiada e eu na raiva segurei com força na mão. Resultado, um carão por quebrar os óculos, óculos novos de resina com um dedo de espessura, cinco pontos e um dedo torto pelo resto da vida. Mas tenho sorte de ter ficado com o dedo porque quando cheguei ao hospital a enfermeira olhou e disse, “Nossa que lugar estranho pra cortar o dedo (a base do dedo bem na articulação com a mão) nunca costurei aí. Deve ser que nem costurar um pé.”. Depois dela ter dito isso eu sabia que ia dar merda.


Por causa dos óculos, sempre me achei feio e era muito inseguro. Só melhorei quando comecei a usar lente. Era ótimo sair e não ficar achando que todo mundo tava olhando pra aquele trambolho feio no meu rosto. Com a segurança me soltei mais, fiquei mais sociável, comecei a namorar e comecei a me sentir mais seguro com os óculos. Talvez o fato de eu mesmo ter escolhido o óculos influencie um pouco, mas o que importa é que já não me preocupo mais com eles.

Ontem, conversando com minha namorada, depois de ter visto “Tá Chovendo Hambúrguer” ela vira pra mim e diz, “Queria ser mais Nerd tipo a Sam (personagem do filme). Usar rabo de cavalo e aqueles óculos de armação de plástico.”. Há! Pra cima de quem ela faz esse comentário? Pra cima do cara que tem um monte de óculos esquisito guardados no armário. Não demorou um minuto ela tava provando uns 3-4 tipos diferentes. Depois de meia hora provando os óculos descobri uma coisa que me deixou revoltado. Os óculos ficaram bem nela. Nunca achei que aquelas armações pudessem deixar alguém bonito, mas deixaram.


Agora, isso me deixou duas dúvidas. Será que eu não ficava tão feio quanto me achava com aqueles óculos? Ou será que o problema sou eu? To tendendo a ficar com a segunda opção.

PS: A versão dela você vê no Caderno Insone.