Aproveitei que a edição 4 de Dylan Dog publicada pela Mythos é uma das minhas favoritas e resolvi fazer o scan logo. Essa história foi publicada na edição 66 italiana de Dylan Dog.
Sinopse: O Detetive do Pesadelo descobre que o pano de fundo desta edição é uma arrepiante partida de xadrez com a Morte, a qual, a cada movimento vitorioso, leva uma vida de um ente querido ou conhecido. Coisas inimagináveis começam a acontecer e termina em um desfecho não menos espetacular!
Mais uma Dylan Dog, agora a edição nº 3 lançada aqui no Brasil pela editora Mythos, que equivale ao nº 22 italiano. Espero que gostem.
Sinopse: Numa pacata e sonolenta cidade do interior da Inglaterra, um jovem não
consegue dormir e resolve dar uma caminhada, não antes de tomar
"emprestada" uma metralhadora da loja de armas da família. Nesta mesma noite, num parque de diversões, ele provoca um pequeno
massacre. Com a chegada da polícia e o exército ingleses, o jovem
atirador refugia-se no trem-fantasma com uma refém, e exige a presença
de um certo detetive de Londres, chamado Dylan Dog.
Esse ano de 2012 em questões de leitura vem sendo um ano bastante
bom pra mim. Li alguns livros que já figuram entre os meus favoritos, como por exemplo:
“Sobrevivente” do Chuck Palahniuk, “A Tormenta de Espadas” do George R. R.
Martin e “O Poderoso Chefão” do Mario Puzo. Foi um ano bom também porque li
alguns livros do Stephen King que eu já queria ler há algum tempo e nunca tinha
tempo (leia-se dinheiro) pra isso. Na verdade eu tenho um número até razoável
de livros do Stephen King, mas sempre me faltou um pouco de coragem de lê-los,
mesmo eu gostando muito do autor devido às adaptações cinematográficas. Gostava
e tal, mas acabava sendo um negócio meio poser, já que os livros mesmo eu não
lia. Pra não dizer que nunca tinha lido nada eu já tinha lido “Os Olhos do
Dragão” e “O Iluminado", que por sinal a leitura deste último fez eu achar a
adaptação do Stanley Kubrick extremamente ultra valorizada. Quase terminei de
ler "O Talismã”, mas parei por algum motivo e isso já faz quase 10 anos, então,
se for voltar a ler, vou ter que começar do começo.
“Os Olhos do Dragão” eu li graças a uma ida ao cinema.
Estava esperando a seção iniciar e fui com meu pai a livraria. Lá vi um livro
com um olho reptiliano vermelho me olhando e comecei a dar uma folheada. Acabou
que antes do filme começar eu já tinha lido umas 50 páginas e esperneei até meu
pai comprar. Li, gostei, mas achei muito infantil a história medieval do livro,
mas como na orelha dizia que ele tinha escrito pro filho (ou era filha? Stephen
King tem filha? Boa pergunta.) dei um desconto.
Um tempo depois, em 2004 se não me engano, começaram a sair
nas bancas uma coleção da Planeta DeAgostini com os livros dele. Como o preço
era razoável (mais barato que os da livraria pelo menos) e era capa dura
comprei o primeiro volume, “O Iluminado”. Esse livro sim parecia com a ideia
que eu tinha de Stephen King e foi uma leitura excelente. Me ajudou bastante na
época do vestibular a relaxar e tá entre os livros dele que eu mais gosto.
Talvez seja por isso que eu não gosto da versão do Kubrick. Acho que ele mudou
muito da essência do livro. Deixou de ser a luta do menino sensitivo contra o
hotel cheio de energia maligna, pra se tornar o Jack Nicholson ficando doido e
tentando matar a família. Mas tem quem goste, então vamos em frente. Além de “
O Ilumindado” ainda comprei os 3 ou 4 volumes seguintes até que minha fonte de
renda inexistente à época reclamou e tive que parar de comprar.
Apesar de ter comprado esses outros livros nunca cheguei a
lê-los. Tentei ler “Christine”, mas nunca avancei muito. Na verdade, na
verdade, não li muita coisa nesse período. O que mais li foi Bernard Cornwell e
mesmo assim muito pouco, tudo graças ao liseu típico de estudante e à falta de
tempo (Engenharia é pra quem tem coragem amigo, não é pra todo mundo não). Só
fui voltar a ler com mais afinco quando a faculdade estava chegando ao fim, lá
por 2009, e começou a diminuir o tempo lendo os livros técnicos. Com a retomada
da leitura resolvi conhecer outras histórias do mestre King.
De 2010 pra cá li 7 livros dele e a cada livro que leio só
aumenta minha admiração por ele. É incrível a criatividade dele. Cada livro que
você pega pra ler é uma surpresa porque não há fórmulas como acontece com
alguns autores (sim, estou falando de Dan Brown que eu gosto, mas escreve
sempre mais do mesmo), cada livro tem uma identidade própria e é singular,
podendo ter elementos parecidos com algum outro, mas no geral sendo único. Dos
que eu li, “Zona Morta”, “O Cemitério” e a “A Hora do Vampiro" estão entre minha leituras
preferidas não só de terror, mas no geral. Zona Morta, por exemplo, tem uma das
personagens mais carismáticas, em minha opinião, de toda literatura, o John
Smith. A cena dele com a namorada no parque antes da tragédia que acontece com
ele é simplesmente deliciosa de se ler
O mais recente livro dele que eu li foi o “Sob a Redoma”, um
calhamaço de mais de 900 páginas, mas que já se juntou aos três citados anteriormente
na minha lista de preferidos dele. Apesar do grande volume de páginas não tem
como o livro não ser devorado. A leitura é muito agradável e mantem um ritmo
frenético do começo ao fim. O próprio Stephen King cita isso em algum lugar do
livro, agradecendo a sua agente por garantir que ele mantivesse o pé embaixo o
tempo todo, e é realmente assim que você se sente, como se ele estivesse
dirigindo a 140 km/h numa rodovia super movimentada.
“Sob a Redoma” mostra os dias que se seguem após um
misterioso campo de força isolar completamente do mundo exterior a pequena cidade
de Chester’s Mill, no Maine. Só que a “redoma”, como fica sendo conhecido o
misterioso campo de força, não é algo que vai aparecendo devagar, com o conhecimento
de todos, garantindo que a população se adapte a isso. Não, um segundo ela não
está lá e no outro, de repente, está e é por causa disso que o livro já começa
com um ritmo frenético, pois assim que a redoma aparece os seus efeitos já são
sentidos graças a um acidente de avião. Dai pra frente é tragédia atrás de
tragédia enquanto as pessoas se acostumam com a nova situação.
O livro em si não é um livro de terror, já que não tem
nenhuma entidade fantasmagórica, nenhum monstro ou algo do gênero. É mais um
suspense psicológico onde o monstro é o próprio homem. Como sempre acontece
numa situação de crise têm sempre aqueles sedentos por poder que tentam se
aproveitar da situação pra lucrar em proveito próprio. Em “Sob a Redoma” não é
diferente. Enquanto grande parte da população não tem a menor ideia do que
fazer, nem se sente com forças pra agir, o segundo vereador da cidade (no
começo do livro explica o sistema de governo nas pequenas cidades do Maine pra
situar o leitor), James "Big Jim" Rennie, tenta controlar a situação
de maneira que ele possa se beneficiar ao máximo, nem que ele tenha que tomar
decisões que só gente do naipe de Hitler e Mussolini tomaria. Para se contrapor
a Big Jim e tentar por ordem na cidade temos Dale "Barbie" Barbara,
um ex-tenente e agora chapeiro da lanchonete da cidade.
A história é muito bem escrita e com uma pesquisa bastante
boa sobre o que poderia vir a ocorrer com as condições atmosféricas dentro da
redoma dando credibilidade ao livro. Outro ponto que eu gostei do livro foi o
final, porque eu passei o livro inteiro morrendo de medo que ele estragasse
tudo no fim. Na minha cabeça eu só via dois finais possíveis: em um a redoma
sumia tão de repente quanto voltou e o povo ia ter que se acostumar de volta à
situação de antes, e no outro, ela nunca sumia e todos morriam porque uma hora
o oxigênio acabava. Mas pra minha surpresa o final é de deixar você sem fôlego
num clímax hiper ultra mega tenso e termina numa explicação boa levando-se em
consideração o que ele fala durante todo o livro. Não é O final, mas pra
Stephen King, que tem fama de não saber escrever finais, é um final muito decente
pra um excelente livro.
Ainda em tempo, esses dias eu vi que o livro vai ser
adaptado em uma série de 13 episódios pelo canal americano CBS. É torcer pra
ficar fiel ao livro, porque se ficar vai ser muito boa.
Eu costumo ser uma pessoa com fases de manias. Já tive fase
de querer jogar todos os jogos de PS2 existentes, já tive uma de querer ter
todos os mangás que saiam nas bancas, de querer ver todos os filmes de terror
possíveis, de ler todos os quadrinhos da Vertigo, de ver um zilhão de séries ao
mesmo tempo (a mania atual), etc. Uma coisa comum a todas as elas é que
normalmente depois de um tempo elas acabam e eu enjoo profundamente do assunto,
passando até anos sem voltar a fazer algo que antes era algo bastante natural.
Um exemplo bem claro era o fascínio que eu tinha com os
animês. Chegou ao ponto de eu baixar quase tudo que saía com legenda pelos
fansubs brasileiros. Sabia o nome de quase todos, o que eles lançavam, quando
saia e tudo mais. Só não baixava mais porque minha internet não era tão boa na
época.
Meu gosto pelos animes, como para a maioria das pessoas que
viveram nos anos 90 surgiu graças a Rede Manchete e Cavaleiros do Zodíaco. Todo
mundo gostava, não tinha pra onde fugir, e até aquele ponto era algo saudável e
bem normal. Apenas um desenho que eu assistia antes de ir para o colégio. A
mania começou a se formar mesmo com a popularização da internet.
Lá pelos idos de 2002/2003 na minha casa finalmente saímos da
internet discada dos finais de semana e nos civilizamos para uma banda larga
com telefone livre com incrível velocidade de 300 kbps. Era um sonho. Baixar
tudo que eu queria sem ter que me preocupar com nada. Nessa época sites como
rapidshare e megaupload eram raríssimos e com limitações de banda. Então, o
método mais rápido e cômodo de se trocar arquivos era via P2P, o famoso Peer-to-peer.
Usei durante um bom tempo o Kazaa e depois o Emule e foi através deles que
conheci meus primeiros animes diferentes dos que passavam na Manchete.
Não lembro exatamente qual foi, mas a honra fica entre Neon
Genesis Evangelion e Love Hina. Um desses dois foi meu primeiro anime baixado.
Mesmo não lembrando exatamente qual foi, sei que adorei e saber que existiam
outras coisas diferentes de Cavaleiros do Zodíaco me fez querer mais. Esse “mais”
surgiu pouco tempo depois quando eu descobri que existiam grupos que se
dedicavam exclusivamente a criar legendas para os desenhos em japonês e
disponibilizá-los na internet, os fansubs. Foi graças ao site Anime Blade que
conheci a maioria dos fansubs que viriam a alimentar a minha mania por uns 3-4
anos. A maioria deles disponibilizava (alguns ainda o fazem assim) os arquivos
via IRC o que era bastante cômodo, pois demorava pouco tempo para se baixar um
arquivo, dependendo do servidor que o grupo usava e da fila de espera que tinha
no canal do IRC deles.
A mania atingiu seu ponto máximo quando terminei o colégio e
passei quarto meses em casa esperando começar as aulas da faculdade que estavam
atrasadas por causa de greves. Foi nesse período que conheci a maioria dos
animes citados acima e durou até 2006-2007 quando a faculdade foi ficando mais
complicada, eu comecei a namorar sério com a minha atual namorada e o tempo pra
alimentar a mania foi diminuindo e aos poucos se extinguiu. Hoje em dia, eu
vejo passando e não sei como aguentava passar o dia quase todo vendo aquilo.
Provavelmente daqui há alguns anos vou falar o mesmo das séries que eu vejo
hoje em dia, mas aí eu já vou ter outra mania pra alimentar, então tá tudo
certo.
Lá em 2008, zapeando por alguns blogs que eu costumava
visitar na época encontrei um post que falava sobre “Os melhores 19 filmes que
você não viu em 2007”. Fiquei curioso com o despautério e a pretensão dele de
me mostrar 19 filmes que eu não tivesse visto. Depois de olhar os filmes,
enfiei o rabo entre as pernas, metaforicamente, e admiti que realmente não tinha
visto nenhum. Procurei encontrar todos, assisti mais ou menos a metade e a
partir dali todo começo de ano fico esperando ansiosamente quais os 19 filmes
que eu não vi no ano anterior.
Imagine fazer parte de uma família cujo culto religioso proíbi
terminantemente que você veja filmes ou televisão. Bem, isso é o que acontece
com o pequeno Will Proudfoot, que nem os vídeos educativos apresentados na
escola ele pode ver, tendo que ficar esperando no corredor até o filme acabar. É
numa dessas esperas que ele conhece Lee Carter, o garoto mais encrenqueiro da
escola, que óbvio tinha sido expulso de sala.
O filme se passa nos anos 80 e Will acaba indo parar na casa
de Lee Carter e assistindo, meio que sem querer, uma versão pirata de "Rambo –
Programado para Matar" que Lee Carter tinha gravado no cinema para o irmão que
ele idolatra e faz tudo pra agradar.
Qualquer criança após ver um filme estilo Rambo sai por aí
querendo se meter em aventuras e enfrentar todos os bandidos que existem no mundo. Basta uma fita na cabeça e o menino se torna o
próprio Rambo. Com Will não foi diferente e ele, imaginativo e criativo do jeito que é,
se imagina vivendo várias aventuras na pele do seu heroi. Lee Carter, cujo hobby
é fazer filmes caseiros para participar de um concurso da BBC encontra em Will
a veia criativa que estava faltando para que ele possa ganhar o concurso e o
convence a ser o roteirista e ator principal do seu mais novo filme, "O Filho de
Rambow".
A gravação do filme pelos dois funciona como pano de fundo
para mostrar o nascimento e o desenvolvimento de uma grande amizade que não
fosse o filme, provavelmente, nunca ocorreria. Durante o filme vemos a
transformação das personagens. O tímido e introspectivo Will, graças à nova
amizade, às filmagens e ao status na escola que veio junto com ela, vai aos
poucos vencendo a timidez, enquanto que o valentão Lee Carter, aos poucos vai se
“civilizando”, tornando-se mais sociável e cooperativo. Mas, o fato mais
importante da amizade entre eles é mostrar-lhes que têm com quem contar, já que as
famílias desestruturadas de ambos não servem muito nesse quesito.
O Filho de Rambow é um filme excelente que retrata muito bem
uma época que pra muitos é a década perdida, mas que para os jovens adultos de
hoje foi uma época cheia de aventuras e descobrimentos, chamada infânica. E é isso que faz o filme ser marcante, pois,
mesmo se passando em outro país, outra cultura, não tem como quem assisti não se lembrar de
momentos parecidos da própria infância.